Às vezes chegava da rua, ao fim de um dia de trabalho, já noite, com uma pintura debaixo do braço. Pousava-a numa cadeira da sala e sentava-se no sofá em frente a olhar para ela. Tinha-a comprado de manhã e queria ver se “resultava” no meio das outras. “Ó Maria Eugénia, acabei de fazer uma asneira, mas olha, foi uma paixão, custaram oito contos!”, disse numa dessas ocasiões à sua mulher, acabado de regressar da Galeria do Diário de Notícias com duas pinturas de Júlio Pomar.
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