O Hamas respondeu a uma proposta de cessar-fogo com um plano próprio que apresenta um caminho para o fim da guerra na Faixa de Gaza.
Segundo o documento elaborado pelo movimento palestiniano, estão previstas três fases com a duração de 45 dias cada uma durante as quais irá estar em vigor um cessar-fogo. O Hamas compromete-se a libertar os reféns que mantém sequestrados desde 7 de Outubro, as forças israelitas retirar-se-iam totalmente do território, seriam trocados corpos e restos mortais de ambos os lados e abrir-se-ia caminho para a reconstrução de Gaza, diz a proposta, citada pela Reuters.
Durante a primeira fase, seriam libertadas todas as reféns do sexo feminino, os homens com menos de 19 anos, os idosos e doentes, em troca da libertação de mulheres e crianças palestinianas detidas nas prisões israelitas.
Os restantes reféns seriam libertados na segunda fase e os restos mortais na terceira. O Hamas diz que pretende a libertação de 1500 presos palestinianos, dos quais 500 seriam seleccionados de uma lista de condenados a penas de prisão perpétua.
O movimento islamista diz esperar que no fim da terceira fase estejam reunidas as condições para que seja assinado um acordo para pôr fim à guerra.
O plano do Hamas, que ainda não foi divulgado oficialmente, surge em resposta a uma proposta de cessar-fogo israelita com mediação dos EUA, Qatar e Egipto, que tinha sido enviada há uma semana.
De visita a Israel, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que irá discutir a proposta do Hamas junto das autoridades israelitas esta quarta-feira.
Não é certo que a proposta seja acolhida facilmente por Israel que mantém como objectivo primordial da sua operação em Gaza o desmantelamento total do Hamas e a eliminação dos seus líderes. O diário israelita Haaretz comenta que “mesmo um acordo interino parece estar longe de se concretizar”.
No entanto, a pressão para que seja alcançado um cessar-fogo é elevada, sobretudo pelos sinais crescentes de que o conflito está já a ampliar-se para a esfera regional. A notícia de que teriam morrido já mais reféns do que pensado até agora (32 mortes confirmadas e 20 que estão ainda a ser verificadas, segundo o diário norte-americano O jornal New York Times) também levou a ainda mais pressão das famílias dos reféns para um acordo.