São 17 as associações de consumidores, onde se inclui a portuguesa Deco, que apresentaram esta quarta-feira queixas às respectivas autoridades nacionais contra o Mercado online chinês Temu, “por não proteger os consumidores e por utilizar práticas ilegais de manipulação, violando recente legislação da União Europeia”.
Em comunicado, a Deco, que juntamente com as restantes 16 integra a BEC (organização europeia de consumidores), dá conta que, em Portugal, a queixa foi entregue à autoridade coordenadora dos serviços digitais, que é a Anacom.
A plataforma chinesa, que tem mais de 75 milhões de utilizadores mensais na UE”, segundo o comunicado da associação portuguesa para a defesa do consumidor, é acusada “de utilizar técnicas de manipulação, com padrões obscuros” e de não fornecer informação relevante sobre os produtos vendidos.
“A Temu (…) não fornece, na maioria dos casos, informações cruciais aos consumidores sobre o vendedor dos produtos e, portanto, não consegue assegurar se o produto cumpre os requisitos de segurança dos produtos dentro da União Europeia”, lê-se no comunicado, acrescenta que a plataforma de compras online “também fornece informações inadequadas sobre os seus sistemas de recomendação e como os diferentes critérios que utiliza levam à proposta de determinados produtos”.
“Além disso, a Temu está repleta de técnicas de manipulação – padrões obscuros – para, por exemplo, levar os consumidores a gastar mais do que inicialmente desejariam ou para complicar o processo de encerramento da sua conta”, destaca o comunicado.
Para além das violações ao Regulamento Serviços Digitais ou DSA, a Deco dá conta “de preocupações já manifestadas por grupos de consumidores relativamente à segurança dos produtos à venda”, razões suficientes para que a empresa chinesa seja investigada pelas autoridades nacionais e pela Comissão Europeia.
O crescimento exponencial de vendas de artigos a preços baixos, com destaque para roupa e calçado, acessórios, electrónica, brinquedos e muitos outros, por parte de grandes plataformas de vendas online, como a Shein ou AliExpress, também chineses, têm gerado fortes preocupações ambientais, de segurança e de concorrência.