A ocupação da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, pelo “fim do genocídio” do povo palestiniano e pelo “fim ao combustível fóssil”, terminou na noite desta quinta-feira com a entrada da Polícia de Segurança Pública e a detenção de oito estudantes.

A polícia chegou à faculdade pelas 22h, hora em que os estudantes jantavam no interior do edifício, na sequência de um pedido de intervenção e retirada por parte da reitoria da Universidade de Lisboa, da direcção da Faculdade de Psicologia e do Instituto de Educação.

Durante mais de uma hora, dezenas de pessoas manifestaram-se pacificamente à porta da faculdade, enquanto seguravam faixas em que se lia “Fim ao fóssil, fim ao genocídio” e “De Lisboa a Rafah, Palestina vencerá”.

Quando os estudantes detidos foram retirados do edifício, “as pessoas mobilizaram-se para os portões laterais da faculdade para impedir a saída das carrinhas da polícia e apoiar as estudantes detidas”. “A polícia carregou sobre os manifestantes com bastões, empurrões e arrastões”, denuncia a organização do protesto.

Os estudantes, que acampavam na Faculdade de Psicologia desde terça-feira, 7 de Maio, estiveram reunidos com a direcção da mesma instituição no primeiro dia do protesto e terão recebido a garantia de que poderiam pernoitar no edifício, desde que as actividades lectivas não fossem perturbadas — um acordo que foi cumprido pelos estudantes, não tendo nenhuma aula sido interrompida ou perturbada.

Foi entretanto convocada uma vigília à porta da faculdade, onde várias pessoas decidiram pernoitar na madrugada desta sexta-feira, enquanto os oito jovens detidos passarão a noite nas instalações da polícia. Os estudantes deixaram também a promessa de que voltarão a ocupar faculdades.

“Enquanto o genocídio na Palestina e o sistema fóssil, que nos condena a todas, continuarem, iremos resistir”, diz Catarina Bio, uma das porta-vozes da manifestação estudantil.

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