Como pode alguém nascido a bordo de um navio, em pleno oceano Atlântico, não ficar marcado definitivamente pelas águas? Águas do parto, águas do mar, águas dos rios que nele afluem? De tal modo, que até as referências à obra gravada de Fausto Bordalo Dias (1948-2024) se afunilam habitualmente num título banhado pelas águas, Por Este Rio Acima. Lembrança justa, porque é, sem dúvida, um dos discos mais marcantes e relevantes de toda a música popular portuguesa, mas também injusta porque demasiado redutora, como o próprio tantas vezes sentia e disse.

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