Segundo maior accionista da Inapa desiste de assembleia extraordinária

Dona de 10,8% do capital da Inapa, a Nova Expressão, detida por Pedro Baltazar, entregou esta segunda-feira “ao final do dia” um requerimento para a convocação de uma assembleia geral extraordinária da empresa.

A ideia, segundo se lê no comunicado enviado esta terça-feira ao regulador do mercado de capitais, a CMVM, era discutir a “viabilidade económica” da empresa e avançar com uma “operação harmónio” (redução de capital para cobrir prejuízos, seguindo-se depois uma injecção de capital fresco).

No entanto, diz o comunicado, o pedido “não se encontrava acompanhado das respectivas propostas”, facto “que foi imediatamente comunicado à Nova Expressão, tendo-lhe sido igualmente solicitado uma reunião urgente para coordenar a preparação e envio ao senhor presidente da mesa da assembleia geral dessas propostas”. Já esta manhã, esclarece-se, foi entregue um novo requerimento da Nova Expressão “no qual se solicita que se desconsidere o pedido de convocação de uma assembleia geral extraordinária da Inapa”.

A Nova Expressão explicou que tinham deixado de estar reunidas as condições para a reunião extraordinária devido às “novas informações relativas à efectiva entrega em tribunal do pedido de insolvência” da Inapa, comunicada também segunda-feira, às 18h34, e “aos fundamentos para o referido pedido relacionados com a prestação de garantias pela sociedade”.

Outro factor apontado é “o levantamento da suspensão da negociação” das acções, algo que foi anunciado pela CMVM no mesmo dia às 19h30. As acções encontravam-se suspensas desde o dia 19 de Julho, sexta-feira (o anúncio das dificuldades da Inapa, provocadas pelo negócio na Alemanha e impactos na tesouraria, foi efectuado no domingo seguinte).

Esta terça-feira, pelas 13h30, as acções estavam em forte queda, com cada título a valer 0,0036 euros, -87,7% face ao fecho do passado dia 19. Em Junho de 2000, cada acção chegou a valer 4,8 euros, passando em Abril de 2006 para 2,1 euros. Em Dezembro de 2007 ficou abaixo de um euro, e, em Novembro de 2018, acabou por valor menos de 10 cêntimos.

O maior accionista da Inapa é o Estado, com 44,89%, seguindo-se depois a Nova Expressão, com 10,85% e o Novo Banco com 6,55%. O resto do capital, 37,71%, está disperso em bolsa por pequenos investidores.

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