Cartas ao director

Miguel Pinto Luz

O relatório da IGF, divulgado pelo PÚBLICO, confirma factos graves aquando da privatização da TAP nas últimas horas do Governo de Passos Coelho. Pode ter mesmo havido algumas decisões que configurarão crimes que o Ministério Público se encarregará ou não de confirmar. Pelo que já se sabe, o ministro Miguel Pinto Luz não tem as mínimas condições para permanecer como governante.

Começo agora a compreender a saga persecutória contra Rui Rio levada a cabo por esta personalidade desde que o antigo presidente da Câmara do Porto assumiu as rédeas do meu partido. Resta-nos esperar que Luís Montenegro, no respeito pela memória de Sá Carneiro e de milhares de militantes, que honrando o nome do PPD-PSD dignificaram o nome de Portugal, aceite a demissão de Pinto Luz. Se este não sair voluntariamente, não resta ao chefe do Governo outra saída que não seja apontar-lhe as escadas da rua.

E, já agora, Maria Luís Albuquerque, na altura dos acontecimentos ministra das Finanças, que analise se tem condições para assumir o cargo de comissária europeia para o qual foi indigitada.

Fernando Santos, Vila Maior

Agora é a IGF?

Já tínhamos as “fugas” cirúrgicas do Ministério Público (MP), sendo que as últimas do processo Influenciador ocorreram mesmo nas vésperas da indicação de António Costa para presidente do Conselho Europeu. Agora é o IGF a soltar o resultado de uma inspecção seguramente antiga — não percebi bem quão antiga — logo após a indigitação de Maria Luís Albuquerque para um importante cargo europeu, sendo que esta é uma das principais visadas nessa investigação… Você também faz IGF, meu filho? É muito importante que mantenhamos a nossa confiança, na independência e no apartidarismo de órgãos tão importantes no nosso país como são o MP e a IGF, como é o meu caso. Mas também não posso esquecer o que dizem os espanhóis: Não acredito em bruxas, mas existem, existem.

Fernando Vieira, Lisboa

Maria Luís Albuquerque

Maria Luís Albuquerque foi uma muito polémica escolha de Luís Montenegro para a Comissão Europeia. Não era só o facto de ter sido ministra das Finanças de Passos Coelho e, por isso, associada a um período de regressão do nível económico e de bem-estar social da generalidade dos portugueses, que o aconselhava. Era todo o seu trajecto profissional, em que avultam vários incidentes que não abonam da sua competência e até da sua idoneidade.<_o3a_p>

A sua escolha para comissária de Portugal não foi, por isso, abertamente felicitada, a não ser por duas ou três figuras do PSD e do CDS. Pelo contrário, foi vivamente criticada de uma forma geral em vários órgãos da comunicação social. Nem o Presidente da República se abriu num rasgado elogio, limitando-se a uma formal saudação.<_o3a_p>

A sua passagem pelo Governo acaba agora de sofrer mais um sério motivo de suspeita por causa do caso TAP, com comunicação ao Ministério Público para possível investigação criminal. Não teria Montenegro possibilidade de melhor e mais consensual escolha? Ou foi só para satisfazer o critério da paridade de género?

<_o3a_p>António Costa, Porto

Pagamento de manutenção de conta bancária

Venho a propósito da falta de lógica, para não chamar esbulho, que é o pagamento mensal da manutenção de conta bancária. Ao depositarmos o nosso dinheiro no banco, este não se mantém parado como se de uma bagagem guardada numa estação rodoviária se tratasse, e aqui, sim, é justo que paguemos pela guarda efectuada.

Os bancos vão utilizar o depósito efectuado como seu produto para obtenção de lucro, que se deseja que obtenham de uma forma equilibrada e justa. Normalmente pagam juros baixíssimos e cobram juros elevados e, na maior parte dos casos, sem qualquer risco, como no empréstimo para a compra de habitação.

Acresce que, hoje em dia, se utilizar o balcão da agência bancária para obter outro serviço, este é pago; como levantar dinheiro, efectuar transferências, etc. Ainda se eventualmente falirem, será o dinheiro dos contribuintes que avançará para os resgatar, como demonstram experiências recentes.

Posto isto, à atenção das autoridades competentes, é necessário acabar com algo que não é justo, é desnecessário e impacta as economias dos portugueses, e parece-me abuso de posição dominante.

Dário Barroso, Lisboa

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