Cheias na Europa Central: mais rios transbordam e o número de mortos aumenta

Mais rios da Europa Central transbordaram esta segunda-feira, na sequência de inundações que já mataram pelo menos 10 pessoas, da Polónia à Roménia, e deixaram muitas cidades submersas ou afectadas por águas cheias de detritos, após dias de chuva intensa.

As zonas fronteiriças entre a Chéquia e a Polónia foram fortemente atingidas durante o fim-de-semana. Algumas pontes caíram e casas foram destruídas, enquanto aldeias e cidades no leste da Roménia ficaram submersas. O governo polaco deve reunir-se esta segunda-feira de manhã para declarar o estado de calamidade.

Embora os rios na zona fronteiriça checo-polaca tenham começado a recuar esta segunda-feira, as inundações estão a afectar mais zonas e a deixar em alerta as grandes cidades de ambos os países.

Na Chéquia (ou República Checa), a subida do rio Morava durante a noite colocou Litovel, uma cidade a 230 quilómetros a leste de Praga, a capital da Chéquia, com uma população de quase 10.000 habitantes, cerca de 70% debaixo de água e encerrou escolas e instalações de saúde, disse o presidente da Câmara de Praga num vídeo no Facebook.



Passagem subterrânea inundada na sequência de fortes chuvas em Chisinau, na Moldávia, a 15 de setembro de 2024
EPA/DUMITRU DORU

As inundações em partes da capital regional do nordeste da Chéquia, Ostrava, obrigaram ao encerramento de uma central eléctrica que fornece calor e água quente à cidade, bem como de duas fábricas de produtos químicos.

Mais de 12.000 pessoas foram deslocadas das suas casas na Chéquia, disse o primeiro-ministro Petr Fiala no domingo à noite na rede social Xao convocar uma sessão extraordinária do governo para segunda-feira. A televisão checa noticiou a primeira vítima confirmada na segunda-feira, somando-se às vítimas em toda a região.

Na Roménia, as inundações mataram seis pessoas durante o fim-de-semana e um bombeiro austríaco morreu no domingo. Um homem morreu afogado na Polónia no domingo. O ministro das Infra-estruturas, Dariusz Klimczak, disse ter informações sobre uma segunda morte, que a Reuters não conseguiu verificar de imediato.

Rio Danúbio também subiu

O vice-ministro polaco da Administração Interna, Czeslaw Mroczek, disse à Rádio Polaca, na segunda-feira, que milhares de bombeiros, polícias e soldados lutaram contra as cheias nas últimas 24 horas, enquanto o governo ainda estava a trabalhar para determinar a escala dos danos. “O governo, tal como anunciado, vai tomar a decisão de decretar o estado de catástrofe natural. Estamos a consultar os governadores locais”, disse o responsável. A capital da Eslováquia, Bratislava, e a capital da Hungria, Budapeste, prepararam-se para a subida do rio Danúbio.


Na Áustria, os níveis dos rios e dos reservatórios baixaram durante a noite, à medida que a chuva diminuía, mas as autoridades disseram que estavam a preparar-se para uma segunda vaga, uma vez que se esperava chuva mais forte nas próximas horas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa mensagem no X, enviou palavras de solidariedade às pessoas afectadas pelas inundações e disse que a União Europeia iria prestar apoio.





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