Kiev resiste a um dos maiores ataques de drones da Rússia

O presidente russo, Vladimir Putin, duplicou os pagamentos adiantados para voluntários que se juntarem à guerra na Ucrânia esta quarta-feira, uma medida destinada a facilitar o recrutamento militar, numa altura em que a Força Aérea Ucraniana derrubou durante a noite oitenta e nove drones e um míssil lançados pela Rússia, naquele que é um dos maiores ataques de drones do conflito entre os dois países.

Ao assinarem um contrato com o exército, os voluntários russos receberão agora um pagamento adiantado de 400 mil rublos, cerca de 4288 euros. Este aumento constitui o triplo do salário mínimo russo. Todos os recrutas recebem também dinheiro adicional por participar em ofensivas ou destruir tanques inimigos e outras máquinas.

Segundo as autoridades russas, cerca de 190 mil pessoas ofereceram-se este ano, até agora, para lutar na Ucrânia, em comparação com os 490 mil contratos assinados em 2023.

Ataque russo a Kiev durou sete horas

O ataque com drones da ofensiva russa teve como alvo principal a região central de Kiev, onde as autoridades locais garantiram que a Força Aérea abateu mais de 40 aparelhos.

Do ataque, que durou mais de sete horas, não se registam vítimas ou danos, de acordo com Serhiy Pospko, o chefe da administração militar de Kiev, no Telegram.

Para Volodymyr Zelensky, “este é um resultado importante”. O presidente ucraniano defende que, com o “fornecimento suficiente”, os ucranianos podem “proteger totalmente os seus céus dos ataques russos”.​


Segundo os militares ucranianos, foi também atingida uma instalação de armazenamento de armas e equipamentos militares na região russa de Kursk.

Cenário de cessar-fogo ainda mais distante

Na semana passada, em visita à China, Dmitro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, disse estar disponível para negociar um cessar-fogo com a Rússia, mas afirmou querer ver “boa-fé” da parte do Kremlin.

Segundo Kuleba, a Ucrânia “está preparada para entrar num processo negocial com o lado russo a dada altura, quando a Rússia estiver preparada para negociar em boa-fé”, sublinhando, apesar disso, que “essa vontade não é actualmente observada no lado russo”.

O ataque desta noite afasta agora ainda mais a perspectiva de um cessar-fogo. Para Kiev, é inaceitável negociar com a Rússia um acordo que não inclua a retirada imediata das tropas russas dos territórios ocupados, enquanto Moscovo considera as quatro regiões que ocupa parcialmente (Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporijjia) parte do seu território e quer o reconhecimento das anexações.



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