Esta terça-feira, 23 de Abril, Atenas viu-se envolta numa nuvem cor-de-laranja. Ventos fortes vindos do deserto do Sara trouxeram consigo poeiras que, segundo o OWashington Post, devem começar a desaparecer esta quarta-feira, à medida que os ventos as afastam. Ainda assim, um dia foi o suficiente para fazer eclodir 25 incêndios florestais, ateados pelo vento, numa época invulgar para fogos, comunicaram os bombeiros ao jornal norte-americano.

Na ilha de Paros, que recebe grande afluência turística, três pessoas foram presas, suspeitas de iniciar os fogos por acidente, na segunda-feira. Apesar disso, não existiram feridos e os incêndios foram contidos. Também em Creta houve um incêndio e, nessa ilha, no Sul, os termómetros registavam mais 20 graus Celsius do que no Norte do país.

Segundo o O guardiãoas autoridades gregas alertaram para o facto de que as poeiras, além de reduzirem a visibilidade, carregam uma elevada concentração de poluição, que pode ser prejudicial para pessoas com problemas respiratórios. Kostas Lagouvardos, director de investigação meteorológica do Observatório de Atenas, contou também ao O guardião que este “é um dos episódios mais graves de concentração de poeira e areia do Sara desde 21 e 22 de Março de 2018, quando as nuvens [de poeira] invadiram a ilha de Creta”.

Em finais de Março e inícios de Abril, a Grécia tinha já sido invadida por poeiras, que afectaram igualmente a Suíça e o Sul de França, ao mesmo tempo que se fizeram sentir em Portugal. Segundo o jornal britânico, o Sara liberta, por ano, entre 60 a 200 milhões de toneladas de poeira mineral. As partículas maiores e mais pesadas regressam rapidamente à terra, mas as mais finas podem percorrer extensões de milhares de quilómetros, que podem viajar desde o norte de África até toda a Europa.

Texto editado por Ana Maria Henriques



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